quinta-feira, 17 de março de 2011

Amor em contas

Amar é para poucos
Amar é para sábios
Para fortes
Iludidos, perdidos ou debéis
Fiqueis onde deveis

Vis!

¡Mesquinhos e insensíveis!
¡Desumanos!
¡Torpes!
¡Crueis!

Ora, tu não percebes o que se passa diante dos olhos teus?
E em teu coração?
Não sentes crepitar a chama ardorosa do Amor, do puro Amor?

Despretensioso
Leve
Doado
(mas cobrado)
Ainda que em pequenas contas
Continhas de ponta de areia

Crescidas, são exigentes
Carecem de carinho e atenção

Ah, percebes agora o que é o Amor?

Fracos...
Por que fostes agraciados com a mais sublime das dádivas se sois porcos?

Esmiralarás tu com teu pesado coração a Perfeição cedida

Alma de um Coração semidesgostoso
À beira da desilusão
Vigoroso
Fortalecido

O mesmo Amor lacerado
[de suas ínfimas partículas transfigura a Dor em um laivo soberano de resistência

O Amor ressurge
Reconfigura-se
Refigura-se
Transfigura-se

Percebeis, vis
– ou pobres desavisados
Perdestes o essencial, que é invisível aos olhos
A lei natural aponta a transformação da essência

A essência permaneceu imaculada
Translocou-se
A essência permaneceu imaculada

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